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Liderança indígena que sobreviveu a atentado de pistoleiros há um mês é executado em 2ª emboscada

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirmou que Vitorino Sanches, de 60 anos, era líder da retomada da área de conflito entre indígenas e produtores rurais, em Amambai (MS), onde um outro guarani-kaiowá foi morto a tiros por policiais.

Redação
Por: Redação Fonte: Por José Câmara, g1 MS
13/09/2022 às 22h40 Atualizada em 13/09/2022 às 22h57
Liderança indígena que sobreviveu a atentado de pistoleiros há um mês é executado em 2ª emboscada
Vítima caída em calçada logo após levar tiros. (Foto: Aty Jovem Guarani-Kaiowá/Reprodução)

O líder indígena Vitorino Sanches, de 60 anos, foi morto por pistoleiros em Amambai (MS), a 352 km de Campo Grande. O atentado desta terça-feira (13) é o segundo que o indígena Guarani-Kaiowá sofreu em pouco mais de um mês. Em 1º de agosto, o representante sobreviveu a uma emboscada onde o carro dele foi alvejado com mais de 10 tiros.

Conforme informações apuradas pelo g1, Vitorino estava próximo de um veículo quando dois pistoleiros se aproximaram e dispararam contra ele. A região de Amambai vive clima de tensão desde junho, quando um outro indígena foi morto a tiros por policiais em um processo de retomada de terra.

Vitorino foi atingido por vários disparos. Ele chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal de Amambai, onde foi constatada a morte. Policiais civis e militares foram acionados. O caso segue em investigação.

Primeiro atentado

Em 2 de agosto, Vitorino Sanches, de 60 anos, prestou depoimento após ser vítima de um atentado em Amambai (MS). O carro do comerciante foi alvo de pelo menos 15 disparos de arma de fogo, sendo que dois deles atingiram a vítima.

Vitorino foi baleado no braço e na perna e encaminhado para o Hospital Regional da cidade. Após receber alta médica, ele prestou depoimento na delegacia da cidade.

Ninguém falou nada para mim, ninguém me ameaçou. Como eu não falhei com ninguém, não briguei com ninguém, não tive discussão com ninguém, eu estava tranquilo. Não sei por que fizeram isso comigo”, disse a vítima na época do primeiro atentado.

O indígena era uma liderança na cidade. Em 2012, disputou o cargo de capitão na comunidade indígena. Ele também já foi candidato a vereador pela cidade, em 2016.

Na época do primeiro atentado, a Polícia Civil investigava se o ataque tinha relação com outras duas mortes de indígenas registradas nos últimos meses na região ou, então, com as eleições indígenas realizadas na região.

Outros atentados

Em 24 de junho, um confronto entre indígenas Guarani-Kaiowá e policiais do Batalhão de Choque, da Polícia Militar, deixou vários feridos em uma propriedade rural em Amambai (MS). Um indígena, identificado como Vito Fernandes, de 42 anos, morreu após o confronto em decorrência de três perfurações de arma de fogo pelo corpo.

Ao todo sete indígenas foram levados feridos para o hospital, sendo dois menores de idade. Três policiais do Batalhão de Choque foram atingidos com disparos na perna e nos pés e foram levados para atendimento médico em Ponta Porã (MS), conforme a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Já em 14 de julho, o indígena guarani-kaiowá Márcio Moreira morreu após ser atingido por um disparo de arma de fogo, feito por dois homens que estavam em uma moto, afirma uma liderança indígena.

Conforme a liderança, Márcio foi chamado por um taxista até o local do crime para realizar um trabalho em uma construção.

A vítima teria chamado outras duas pessoas para ajudá-lo no serviço. Em determinado momento, o trio foi rendido por dois homens que estavam em uma moto, afirma Júnior. Uma das vítimas conseguiu fugir do local, outra ficou ferida, e Márcio foi pedir socorro em uma construção vizinha, onde morreu.

Conforme o Corpo de Bombeiros, quando a viatura chegou ao local, Márcio estava deitado no chão, já sem vida. Os socorristas identificaram na vítima uma perfuração de arma de fogo na região do ombro e uma perfuração de arma branca no tórax.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul informou que as mortes dos dois indígenas ainda são investigadas.

 
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