A Rota Bioceânica por onde irão circular as riquezas do país interligando Mato Grosso do Sul aos Portos do Chile, pode ter um atraso de aproximadamente dois anos, por conta da execução das obras na alça de acesso em Porto Murtinho.
O projeto da construção da ponte é de responsabilidade do Paraguai. Enquanto a ponte ficará pronta com previsão para dentro de um ano, a alça de acesso, na BR-267 com cerca de 13 quilômetros com a aduana entre Alto Caracol e Porto Murtinho deve atrasar a inauguração.
A demora gira em torno do processo de licitação, conforme explicou o prefeito de Porto Murtinho durante evento na noite desta segunda-feira (03), em Campo Grande.
O investimento das obras nos 13 quilômetros em Porto Murtinho ficará em torno de R$ 500 milhões de reais que compreende o acesso da BR-267, a cabeceira da ponte com a aduana. Enquanto o acesso de Alto Caracol até Porto Murtinho custará R$ 200 milhões.
Com 60% da ponte construída, Cintra destacou que a Câmara Federal, o governo do Estado estão preparando Porto Murtinho, que irá sofrer um grande 'boom' quando as obras estiverem concluídas. O município passará a ser parte do corredor rodoviário que corresponde a 2.396 km que ligará os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico e Pacífico, partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina.
O início das obras do acesso estão previstas para novembro, neste momento, a empresa que venceu o processo de licitação está desenvolvendo o projeto executivo.
"O que vai acontecer é que a ponte vai ficar pronta e o acesso só [será concluído] daqui dois anos e meio. Demorou [para abrir o processo de] licitação. [A ministra] Simone Tebet teve que pegar duro para viabilizar o recurso para fazer o acesso. A licitação já fazia certo tempo, mas faltava o recurso e agora não falta mais'.
Em março deste ano, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que pretende convidar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assim que as obras do acesso iniciarem.
A época, o secretário, da Semadesc Jaime Verruck chegou a estimar o início das obras para julho ou agosto.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação por meio de assessoria de imprensa para saber se ocorreram atualizações nos prazos, entretanto, até o fechamento do material não obteve resposta. Assim que recebermos será atualizado no material.
A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 km que ligará os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico e Pacífico, partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando pelo Paraguai e pela Argentina.
O projeto que começou a ser debatido em 2014 e que iniciou em 2017 tem a promessa de ampliar a relação comercial do Estado com países asiáticos e sul-americanos.
A ideia é que o corredor rodoviário entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile interligue o Pacífico e o Atlântico. Conforme estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), os custos para o envio da produção sul-mato-grossense serão reduzidos, além do tempo de viagem, que será encurtado em até 17 dias rumo ao mercado asiático.
A Rota Bioceânica, conforme os mais otimistas, terá potencial para movimentar US$ 1,5 bilhão por ano em exportações de carnes, açúcar, farelo de soja e couros para os outros países por onde passará.
** Colaborou Neri Kaspary