O cantor Chrystian, da dupla com Ralf, morreu de choque séptico em decorrência de pneumonia agravada por comorbidades. As informações são do Hospital Samaritano Higienópolis, em São Paulo. O artista chegou a ser internado, na noite desta quarta-feira, na unidade hospitalar, após passar mal.
Mais cedo a família do cantor confirmou o falecimento e lamentou a perda de um "querido esposo, pai e artista". A assessoria do artista havia confirmado que ele havia dado entrada na unidade de saúde e que o quadro exigia "repouso imediato e tratamento especializado".
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, no mês de maio, o cantor relatou ter descoberto a doença após notar uma “bola” durante exercícios abdominais: "Eu tava fazendo abdominal e falava com o personal, 'preciso perder essa barriguinha'. Aí a gente fazendo abdominal um dia, parei descansando e vi uma bola enorme na minha barriga. Fui fazer exames, descobri que tinha um rim policístico, que estava com 11% funcionando".
Durante os exames pré-operatórios, o cantor realizou um cateterismo e também descobriu um mau funcionamento de duas veias. Devido ao uso de medicamentos que afinam o sangue, teve que remarcar o transplante, que aconteceria, a princípio, no mês de março.
Na época, o cantor anunciou que estava internado no hospital HRIM (Hospital do Rim, da Fundação Oswaldo Ramos) e que seria operado em 11 de março. Depois, divulgou a necessidade de adiar a cirurgia por ter sido submetido a um cateterismo que demandaria uma medicação para afinar o sangue por seis meses, o que inviabilizou a realização da intervenção.
Ele chegou a publicar um comunicado nas redes sociais, afirmou que o transplante seria transferido para uma data mais próxima do fim do ano e recebeu apoio de seguidores e amigos.
Segundo informações da Rede D’Or, o rim policístico é um condição em que o órgão começa a sofrer com cistos – formações anormais como bolsas que geralmente têm líquido dentro – em seu interior.
Os cistos causam inchaços e dilatações no rim. A sua ocorrência pode ser comum, sem causar grandes transtornos ao paciente, ou mesmo ser percebida.
No entanto, quando são muitos cistos, o que pode comprometer o funcionamento do órgão, a pessoa é diagnosticada com o rim policístico, também conhecido como síndrome renal policística ou doença renal policística.
Nesses casos, o paciente pode desenvolver problemas como insuficiência renal crônica, infecções urinárias frequentes, hipertensão, e, com o tempo, um quadro de falência renal que demande sessões de hemodiálise – filtração artificial do sangue quando o órgão não funciona adequadamente – ou um transplante de rim.
Geralmente, os casos de rim policístico são associados a alterações genéticas que levam o órgão a formar os cistos. Segundo o Centro Brasiliense de Nefrologia e Diálise, por exemplo, quando um dos pais tem a doença, a chance de o filho carregar os genes defeituosos é de 50%.
Ainda de acordo com o centro, 85% dos pacientes com rins policísticos têm uma mutação no gene chamado PKD1, que é ligado a uma forma da doença mais agressiva, com maior e mais rápido crescimento dos cistos, que começa a comprometer o órgão já aos 55 anos.
Já 15% carregam a mutação PKD2, mais branda e de progressão mais lenta, que pode levar a impactos mais significativos apenas após os 70.
Porém, as alterações genéticas não são definitivas para desenvolver a doença, ou seja, embora os casos sejam ligados a elas, não é todo mundo que tenha a mutação que vai receber um diagnóstico de rim policístico.
Além disso, segundo a Rede D’Or, apesar de parte dos genes ser transmitida de pais para filhos, há a possibilidade de a mutação ocorrer de forma aleatória em pacientes sem histórico familiar.
Em nota sobre o falecimento do artista, a família afirma que "sua voz inconfundível e sua paixão pela música trouxeram alegria e emoção aos fãs em todo o Brasil", lembrando que ele "dedicou 60 anos de sua vida à música sertaneja, construindo uma carreira brilhante e marcada por inúmeros sucessos".