O inverno traz consigo diversas mudanças no organismo, com temperaturas mais baixas podendo elevar os riscos para a saúde do coração. Durante essa estação, é comum um aumento significativo nos casos de infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC), especialmente entre indivíduos que já sofrem de condições cardíacas.
A chegada do frio exige cuidados redobrados com a saúde, principalmente para o sistema cardiovascular. Quando a temperatura cai abaixo de 14°C, há um aumento notável nos episódios de infarto, até 30%, e nos casos de AVC, em torno de 20%. Esse risco é mais elevado para idosos entre 75 e 84 anos e para aqueles com problemas cardíacos já existentes. Portanto, é essencial estar atento e tomar medidas preventivas durante os dias mais frios.
Impacto do frio na saúde cardiovascular
Durante os períodos de frio, a saúde cardiovascular pode ser seriamente afetada por diversas mudanças fisiológicas no corpo. O coração trabalha mais intensamente devido ao estreitamento dos vasos sanguíneos, que é uma resposta natural do organismo para preservar o calor. Isso resulta em um aumento na pressão arterial e na frequência cardíaca. Adicionalmente, a produção de cortisol se eleva e ocorrem alterações na coagulação do sangue, fatores que juntos podem facilitar a formação de coágulos, obstruindo artérias e causando infartos.
A cada redução de 5°C na temperatura, há um aumento aproximado de 5% no risco de morte por doenças cardiovasculares, e esse risco pode persistir por várias semanas. O aumento das infecções respiratórias no inverno (Bronquiolite, Gripe e Covid: veja como se proteger) também coloca uma carga extra no sistema imunológico, agravando condições cardíacas já existentes, elevando ainda mais o risco de complicações cardiovasculares, como ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
Nesta época de inverno, também é crucial considerar onde e como realizamos nossas atividades físicas. Para evitar oscilações na pressão arterial e na frequência cardíaca, é recomendável optar por locais previamente aquecidos, como academias e esteiras. Evitar atividades ao ar livre quando a temperatura está abaixo de 14 ou 13 °C pode ser benéfico para a saúde cardiovascular, proporcionando um ambiente controlado que ajuda a manter o corpo em uma temperatura estável durante o exercício. Assim, escolher adequadamente o local para a prática física pode contribuir significativamente para o bem-estar e a segurança durante os meses mais frios do ano, comenta a Dra. Joanna Beatriz Curado Elias, CRM 6300/MS.
Por que o infarto aumenta no inverno?
O infarto do miocárdio, conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do coração é bloqueado por um coágulo. No inverno, as baixas temperaturas aumentam o risco de infarto por vários fatores. Primeiramente, a vasoconstrição causada pelo frio faz com que o coração trabalhe mais para bombear sangue através de vasos contraídos. Em segundo lugar, a desidratação, mais comum no frio porque sentimos menos sede, pode tornar o sangue mais espesso, aumentando o risco de formação de coágulos. A dieta rica em gorduras e sal, típica do inverno, e a redução das atividades físicas devido ao frio, também contribuem para o aumento do risco de infarto.
Fatores adicionais que aumentam o risco de hipertensão no inverno:
Sedentarismo: O frio desestimula a prática de atividades físicas, prejudicando a saúde cardiovascular.
Desidratação: A menor ingestão de líquidos no frio pode espessar o sangue, elevando a pressão arterial.
Dieta: Pratos de inverno mais gordurosos e salgados podem elevar a pressão arterial.
Grupos mais vulneráveis
Idosos, pessoas com doenças cardíacas preexistentes e indivíduos com fatores de risco como hipertensão, diabetes e tabagismo precisam de cuidados redobrados nesta estação. A população mais vulnerável tende a ter menor reserva funcional e órgãos como rins e vasos sanguíneos que não funcionam adequadamente.
Dicas para manter a saúde no inverno:
Praticar exercícios físicos regularmente;
Evitar exposição prolongada ao frio;
Adotar uma alimentação saudável e equilibrada;
Monitorar a pressão arterial;
Seguir rigorosamente as orientações médicas, incluindo a administração de medicamentos e consultas regulares para quem tem doenças cardíacas ou outras comorbidades.