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Cobra australiana expele veneno capaz de matar 400 humanos de uma só vez

As taipans-costeiras são conhecidas por serem imprevisíveis, com comportamento agressivo e picada potencialmente fatal. Réptil recordista vive com outras serpentes mortais em viveiro na Austrália

Redação
Por: Redação Fonte: Por Redação Galileu
18/07/2024 às 15h19
Cobra australiana expele veneno capaz de matar 400 humanos de uma só vez
Um tratador segura uma taipan-costeira (Oxyuranus scutellatus) chamada Cyclone contra um copo de shot coberto com filme plástico para extrair o veneno das presas da cobra — Foto: Divulgação/Australian Reptile Park

Uma cobra taipan-costeira (Oxyuranus scutellatus) que vive em um cativeiro na Austrália, quebrou o recorde de maior quantidade de veneno produzido em uma só mordida. Segundo medições dos tratadores do Australian Reptile Park, um exemplar dessa espécie (batizado Cyclone) ejetou cerca de 5,2 g de peçonha de uma só vez. A quantidade corresponde a mais de três vezes a média normal de uma taipan-costeira, e seria suficiente para matar cerca de 400 seres humanos.

Típicos de regiões costeiras no norte e leste da Austrália, esses répteis geralmente crescem até 2 metros de comprimento. A cabeça deles é retangular, com um focinho claro e grandes olhos castanho-alaranjados. A coloração de seus corpos pode variar de amarelo a marrom-avermelhado, marrom escuro e quase preto.

“As taipans-costeiras são conhecidas mundialmente por sua agressividade, e suas mordidas causam mortes todos os anos”, diz Billy Collett, gerente de operações do Australian Reptile Park, em um comunicado enviado ao site Live Science. “Por ser bastante imprevisível, Cyclone é uma das cobras mais perigosas aqui do parque”.

Antes mesmo do feito de Cyclone, uma outra cobra cuidada por Collett e sua equipe já era detentora do título de maior produção de veneno em uma só mordida. Whiplash, também uma taipan-costeira, produziu cerca de 4,9 g de veneno em 2022.

O Australian Reptile Park é a única instalação no país a “ordenhar” taipans para produzir o antídoto contra a picada da serpente. Outras espécies mortais também são criadas no local, como é o caso das cobras marrons (Pseudonaja textilis), cobras-tigre (Notechis scutatus), víboras-da-morte (Acanthophis sp.) e cobras-pretas (Pseudechis sp.).

Ordenhar cobras pode ser uma atividade perigosa, pois exige que os tratadores prendam o animal, afundem suas presas em um recipiente coberto com plástico e façam com que ela dê sua mordida letal. Então, não há espaço para erros.

“A contribuição recorde de veneno de Cyclone não será em vão e deve ajudar a salvar a vida de alguém”, explica Collett.

Cerca de 3 mil picadas de cobra são relatadas todos os anos na Austrália, resultando em aproximadamente 500 internações hospitalares e uma média de 2 mortes.

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