O ex-deputado estadual e ex-prefeito Felipe Orro anunciou, na noite desta quarta-feira (24), a desistência da disputa pela prefeitura de Aquidauana nas eleições municipais de 2024. O anúncio surgiu durante reunião que contou com a presença de lideranças políticas do MDB no município situado a 141 quilômetros da Capital.
Em transmissão ao vivo nas redes sociais, promovida pelo jornal A Princesinha News, o ex-prefeito e até então pré-candidato havia explicado que a majoritária do partido optou por apoiar a chapa ligada ao PSDB em diversos municípios, como Campo Grande.
"[...] Não tivemos apoio da sigla. A partir do momento que fizeram acertos, tiraram toda a nossa autonomia aqui. Já enfrentei diversas eleições contra o governo. É uma lida. Não é fácil. Eu hoje tenho a responsabilidade de um homem de 54 anos e não posso levar meus amigos e aliados para uma guerra sangrenta. Não tenho respaldo do meu próprio partido. Só me jogam pedras e me retiram a energia", disse Orro para aliados.
Orro ainda fez indagações e alegou que estaria sofrendo ameaças. "Eles decidem tudo e eu não tenho como enfrentar essa batalha. Agora, mais do que ganhar, administrar não é fácil. Me sinto sozinho nessa caminhada. Estive ao lado do Odilon [Ribeiro], mas agora a cúpula não está comigo e não vai me ajudar. Não vale o desgaste físico, espiritual, mental. É muita coisa para enfrentar e só falam comigo para me agredir".
Por fim, o político enfatizou que buscou por apoio externo, mas teve que recorrer a desistência. "[...] Essas transformações são difíceis e sem apoio do partido, eu não posso levar a situação adiante. Vai ser muito sangrento. Ontem eu tentei trazer uma nova visão, mas o poder não cabe a mim e sim a cúpula. Nunca tomei uma decisão tão difícil, mas não posso e não vou disputar as eleições de 2024".
O emedebista, que já ocupou os cargos de vereador e prefeito no município, tentava voltar à administração pública. Em 2004, sua primeira eleição como gestor municipal, foi o quinto mais bem votado no ranking estadual com 12.195 votos. Mais tarde, em 2010, se candidatou a deputado estadual, e venceu, com 25.703 votos.
Foi reeleito 4 anos depois, com 28.571 votos, e acabou por ser reconduzido ao cargo de 3º secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Em 2018, foi reeleito pela terceira vez, com 27.661 votos.