A construção da ponte sobre o Rio Paraguai, que integra o projeto da Rota Bioceânica, deu mais um passo com a chegada dos carros de avanço – estruturas metálicas móveis essenciais para a construção do tabuleiro da ponte e a instalação dos cabos para a futura ponte estaiada. A obra, que vai mudar o patamar da conectividade entre o Brasil e o Paraguai, já está 60% concluída e segue com previsão de finalização em novembro de 2025.
Os carros de avanço, fabricados em São Paulo, têm uma função crucial no processo de construção. Eles são projetados para implementar a técnica de “cantilever sucessivo”, que permite avançar a ponte gradualmente, por segmentos, a partir de uma base estável. Esse método será utilizado para erguer o vão central de 350 metros, um dos maiores da estrutura, além dos vãos de compensação de 137,5 metros de cada lado.
A ponte será um importante elo entre o município de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul (Brasil), e Carmelo Peralta, no Paraguai. Com 625 metros de comprimento total, ela terá um tabuleiro suspenso por tirantes e um projeto aerodinâmico que garantirá estabilidade e resistência, com 20,10 metros de largura. O tabuleiro será composto por segmentos conhecidos como pombos, que variam entre 6 e 8 metros de comprimento, dependendo da localização dentro da estrutura.
Caminhão chega com os carros de avanço na ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta (Foto: Divulgação)
O avanço da construção da ponte é parte de um projeto maior de integração rodoviária entre os países do Mercosul, especialmente com a ligação estratégica entre o Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. A obra vai reduzir significativamente distâncias e tempos de transporte, promovendo a circulação de mercadorias e a movimentação de pessoas, impulsionando a integração produtiva e logística entre as nações.
O processo de construção contará com dois pares de carros de avanço (quatro no total), que serão fundamentais para garantir a colocação precisa dos segmentos do tabuleiro. A montagem dos segmentos iniciará com o “pombo zero”, que servirá de base para a continuação do processo de cantilever.
Financiada pela Itaipú Binacional, a obra é acompanhada de perto pelo Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC) do Paraguai, com o apoio do Subgrupo de Trabalho nº 14 (GT-14) Infraestrutura Física, que envolve autoridades do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.