A recepcionista Poliana Lopes, de 22 anos, viralizou no TikTok ao alertar o público sobre os risos de espremer espinhas. A jovem contraiu uma infecção devido as bactérias que se alojam embaixo das unhas e o processo inflamatória desconfigurou seu rosto.
O episódio aconteceu no início de dezembro deste ano. Duas espinhas surgiram próximas a sua sobrancelha e, como de costume, ela as espremeu. Até então, a atitude parecia inofensiva. Só que, no dia 10, ela foi ao pronto-atendimento por outro motivo de saúde e começou a passar mal.
"Durante a espera no médico, ficava me tremendo, tive febre, dor no corpo e na testa -- essa última já estava bem inchada. Eu pensava que era dengue ou gripe, porque eram os sintomas disso. Também fiquei bastante enjoada e vomitei", lembra.
A recepcionista tentou se medicar em casa para aguentar o restante do dia, mas a noite foi caótica. A febre da jovem chegou a 40°C. No dia seguinte, ela procurou o pronto-atendimento. O primeiro diagnóstico recebido foi de alergia. Lopes foi medicada apenas com antialérgico e dipirona.
"Voltei para casa, só que piorei durante a tarde. Senti muita dor no rosto, principalmente na testa, e no corpo. Tudo que eu comia, vomitava e a febre seguia altíssima. Além disso, minha pressão ficou baixa", relata.
No dia 11, a jovem retornou ao pronto-atendimento e, então, foi informada sobre o contágio pela bactéria, em que a porta de entrada foi a espinha espremida. Lopes foi medicada com quatro remédios via intravenosa, soro e recebeu a receita do antibiótico para casa.
"No outro dia, melhorei. A febre passou junto com o vômito e o incômodo no corpo, mas a dor na testa permaneceu por bastante tempo e iniciou o inchaço. Começou na testa, ela ficou gigante. Depois, desceu para os olhos, olheiras e, então, sarou", lembra.
A recepcionista registrou o processo com fotos e as usou para fazer o alerta no TikTok:
A dermatologista Elisete Crocco, coordenadora do departamento de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que a espinha é caracterizada principalmente por ser um processo inflamatório da pele.
"Ela não acontece por um motivo só. Pode envolver as próprias bactérias de pele, liberação de queratina, onde vai fazer uma obstrução no local em que o pele e sebo saem, e hormônios, por exemplo", lista Crocco.
O ideal é que o paciente faça um tratamento contínuo em relação a acne com um especialista, que analise individualmente o seu caso, para que se diminua a chance de surgir uma lesão. Já na fase aguda da inflamação, em que a espinha aparece, pode-se recorrer a loções e géis secativos. Mas a indicação do melhor produto deve partir de um dermatologista.
O ato de espremer a espinha, como Lopes fez, nunca é recomendado. "Isso porque se faz uma trauma muito grande na pele. Além da contaminação que acontece pelas bactérias que já moram na região, você faz uma destruição do tecido na tentativa de retirada da secreção purulenta. A atitude provavelmente vai deixar uma cicatriz no local, além da infecção que acontece logo na sequência", explica Crocco.