O ex-prefeito de Ladário, Iranil De Lima Soares (PP), e a ex-secretária Municipal de Assistência Social, Graciele Zório Franco (PRD), foram condenados a oito anos de inelegibilidade pela Justiça Eleitoral. A candidata a vereadora ainda teve o registro de candidatura cassado.
A sentença é da juíza eleitoral da 050ª Zona Eleitoral De Corumbá, Luiza Vieira Sá De Figueiredo. A magistrada apontou que houve assédio moral e abuso de poder político praticado pelos dois contra servidores públicos municipais durante as eleições de 2024.
A AIJE (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) do MP-MS (Ministério Público Estadual) ajuizada contra o ex-prefeito e a secretária aponta que os dois se aproveitaram da influência política para desequilibrar a disputa eleitoral em prol da candidatura ao prefeito que apoiavam [Luciano Cavalcante Jara (PP)] e de Graciele, que concorreu ao cargo de vereadora.
Luciano Jara ficou em segundo lugar na disputa pela cadeira de prefeito, com 38,57% dos votos válidos. O eleito foi Munir (PSDB), com 58,52% dos votos válidos.
Já a candidata Graciela não conseguiu ser eleita como vereadora. Ela ficou na 65ª colocação ao ter recebido 108 votos.
Os dois teriam utilizado servidores comissionados e em funções gratificadas para a execução de atos de campanha eleitoral em benefício próprio e de terceiro. Relato de servidores indicou retaliação aos funcionários públicos que se negassem a participar dos eventos ou que apoiassem o candidato opositor.
Iranil e Graciele negaram os relatos à Justiça, mas a juíza eleitoral classificou que alguns trabalhadores sofreram situações “humilhantes”. Entre os casos relatados, estão sucessivas transferências de setor, lotação em locais sem ventilador, com cadeiras inadequadas ou corte nas gratificações.
“Tem-se, assim, que os elementos probatórios dos autos comprovam que havia uma reiterada conduta abusiva dos representados com a finalidade de troca de favores, e tinha o intuito de apoiar os candidatos Luciano Jara e Graciele, com aplicação de retaliação e constrangimentos públicos voltada, individualmente, aos servidores que não cumpriam as ordens emanadas ou daqueles servidores que declaradamente apoiavam outros candidatos, na época das eleições Municipais de Ladário/MS em 2024, a ponto de configurar o assédio moral e abuso de poder político para fins eleitorais”, apontou a juíza.