A Justiça Eleitoral de Nova Andradina determinou a cassação dos diplomas do prefeito Leandro Ferreira Luiz Fedossi (PSDB) e de seu vice, Arion Aislan de Souza (PL), eleitos em 2024.
A decisão, que também declarou ambos inelegíveis por oito anos, foi tomada após a constatação de abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação durante a campanha eleitoral.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) acusando os políticos e seus aliados de utilizarem redes sociais e veículos de comunicação para promover ataques à sua principal adversária, Dione Hashioka (União), candidata à Prefeitura de Nova Andradina.
De acordo com o MPE, houve uma estratégia coordenada para disseminar fake news e manipular a opinião pública, prejudicando a disputa eleitoral e desequilibrando a igualdade de condições entre os candidatos.
Entre os investigados estão Murilo César Carneiro da Silva, administrador da página "Nova Fogo" com mais de 100 mil seguidores, e Sandro de Almeida Araújo, responsável pelo site "Jornal da Nova".
Também foram apontados Hernandes Ortiz, secretário municipal e coordenador de campanha, Bruno Henrique Seleguim, responsável pela comunicação da prefeitura, e Jeferson Souza dos Santos, encarregado pela publicidade da campanha. Todos os envolvidos foram declarados inelegíveis por oito anos.
Segundo o MPE, o grupo agiu de forma coordenada para atacar a imagem de Dione Hashioka, divulgando conteúdos manipulados e sensacionalistas. Entre as práticas citadas estão a publicação de fake news, como vídeos editados e notícias falsas, a manipulação de retratações em horários de menor alcance, e o uso parcial dos veículos de comunicação para favorecer a chapa de Leandro e Arion. Tais ações, segundo a acusação, comprometeram a legitimidade e a normalidade do pleito.
A juíza Cristiane Aparecida Biberg de Oliveira acatou em parte os pedidos do MPE, considerando que as ações de abuso de poder eleitoral e manipulação midiática influenciaram diretamente o resultado da eleição, onde Leandro venceu Dione por uma diferença de apenas 579votos. A decisão determinou a cassação dos mandatos de Leandro e Arion, além da inelegibilidade dos envolvidos até 2032.
A juíza também destacou a atuação de Murilo César Carneiro da Silva, o "Pagodinho", apontado como o principal operador da rede de desinformação. Murilo foi descrito como uma figura central da campanha, chegando a ser referido por Leandro Fedossi como "o camisa 10" da estratégia de ataque à adversária. Além disso, equipamentos de Murilo foram apreendidos pela polícia, no contexto de investigações sobre o caso.