Será inaugurado na manhã de sábado (17) um centro rural de pesquisa que deverá contribuir com o desenvolvimento da produção agrícola em Porto Murtinho voltada à exportação pela futura Rota Bioceânica. Ele fica na fazenda Yndiana, localizada na BR-267, a 40 km da cidade.

O centro se chama Unidade Experimental de Pesquisa da Rota Bioceânica e será liderado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Na inauguração, serão apresentadas espécies de plantas testadas no campo e suas adaptações ao clima e ao solo da região. Após, haverá palestra e visita às obras da Ponte Bioceânica.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Fabrício Frazílio, explica que a Unidade Experimental vai testar formas de lidar com solos de características difíceis para o plantio.

"A unidade amplia significativamente a capacidade da UFMS de gerar conhecimento aplicado em solos desafiadores, como os planossolos nátricos órticos, que possuem alta fertilidade natural, mas requerem técnicas específicas de manejo para viabilizar seu uso agrícola. Esse polo de pesquisa contribui diretamente para a expansão das linhas de pesquisa em irrigação, conservação do solo, agricultura de precisão e genética vegetal, além de fortalecer a interação entre ensino, pesquisa e extensão no contexto do desenvolvimento regional”, afirma.

A reitora da UFMS, Camila Ítavo, afirma que ele também vai contribuir com a conservação do Pantanal, bioma que tem parte inserida no município.

“O projeto pioneiro que iremos inaugurar se alinha com o objetivo da UFMS de incentivar a sustentabilidade e a proteção do nosso bioma Pantanal, mas sem perder de vista o desenvolvimento econômico da nossa região, muito pautado pela produção agropecuária e que ganha novos contornos com a implantação da Rota Bioceânica”, diz.

O professor Ricardo Gava, que coordena a unidade, explica que o predomínio da pecuária extensiva afeta as pastagens da região. Ele defende que se explore o potencial de recuperação e crescimento das plantações respeitando o meio ambiente.

Porto Murtinho é o segundo maior município de Mato Grosso do Sul, com 1.773.091 hectares. “A área que sobra, sem ser Pantanal, é de 739.479 hectares. Apenas a título de comparação, é maior do que do município inteiro de Maracaju ou ainda duas vezes maior que Chapadão do Sul”, compara Gava.