O caso segue sob sigilo e foi registrado como exercício ilegal da profissão nesta terça-feira (24) na 5ª delegacia. O g1 tentou contato com a suspeita através das redes sociais, mas ela não respondeu.

Prints de um grupo de WhatsApp ao qual a reportagem teve acesso, mostram outros alunos comentando o assunto.

“Passando aqui para informar que aparentemente tem uma mulher vindo nos plantões da pediatria (sala de parto) sem ser acadêmica. A coordenação já foi informada, mas é bom ficarmos de olho. Qualquer b.o que ela se meter pode respingar em todos os acadêmicos, sem contar o risco para os pacientes. Então, fiquem de olho e, se virem ela em algum setor, avisem os residentes ou preceptores”, diz o anúncio da situação.

Uma menina diz que a falsa aluna chegou a postar foto com uma paciente que havia acabado de dar à luz. “Ontem ela estava transportando um bebê do CCO para o Alcon, daí perguntou para mim onde ficava o quarto, que ela não estava achando”, escreveu.

“Gente, que surto. Ela estava com nós no plantão na quinta-feira. Disse que a Dra. tinha autorizado. Ela faz 8 horas na quinta”, escreveu outra colega.

Outra aluna comentou: “Gente, ela fingiu ser caloura no começo do ano. Ela está proibida de frequentar a Famed”.

“Ela ficou ontem o plantão diurno conosco com o CO e inclusive fez recepção de RN. Ela entrou com o privativo e se apresentou para a equipe como acadêmica. Infelizmente, não temos controle nenhum”, diz outro relato.

A UFMS confirmou por meio de nota que a mulher não é aluna da universidade. Leia abaixo:

“Ao tomar conhecimento de que uma pessoa tem se passado por estudante, a UFMS constatou que não há matrícula no referido nome, o que foi imediatamente informado à Polícia Federal para apuração”.

O g1 tentou contato com a Polícia Federal, mas até o momento não obteve retorno.

O Hospital Universitário disse que a falsa aluna não realizou nenhum procedimento dentro do hospital, ‘só esteve junto’, porém as medidas jurídicas e administrativas já foram tomadas.

“O Hospital Universitário informa que abriu investigação interna e já foram adotadas medidas administrativas e jurídicas visando proibir a entrada da mulher citada”.

O g1 ainda entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul para saber se a denúncia foi oficializada junto ao órgão, porém também não obteve retorno.